Free Web Site Counter
Free Counter

domingo, fevereiro 15, 2009

Clima empurra as espécies que pescamos para os Pólos

Clima empurra as espécies que pescamos para os Pólos
13.02.2009
Helena Geraldes

Nos oceanos do planeta, a resposta às condições adversas impostas pelo clima deixará de ser a adaptação. Será a fuga. Águas mais quentes e perturbações nas correntes oceânicas obrigarão à redistribuição a larga escala da maioria das espécies nos oceanos. Estas, incapazes de se adaptarem, avançarão em média 200 quilómetros, até 2050, em direcção aos Pólos, às águas mais frias dos oceanos Árctico e Austral. O novo cenário marinho do futuro não deixará de ficar marcado por invasões e extinções locais.

Perante a perspectiva destas “convulsões” oceânicas, William Cheung, coordenador do primeiro estudo à escala global sobre o impacto das alterações climáticas na biodiversidade marinha, prevê “enormes mudanças” para 1066 espécies de peixes e invertebrados.

Este género de atlas - apresentado quinta-feira na conferência anual da AAAS (American Association for the Advancement of Science), em Chicago, e publicado esta semana na revista “Fish and Fisheries” – foi possível graças a um novo modelo bioclimático informático, baseado em três cenários de alterações climáticas e na forma como estes vão afectar as condições físicas e biológicas adequadas para cada espécie. Através dele, cientistas do projecto Sea Around Us, da Universidade da Colúmbia Britânica, da Universidade de Princeton e da Universidade de East Anglia, estudaram as espécies mais capturadas em todo o mundo, como o bacalhau, o arenque, a garoupa e várias espécies de tubarões e camarões.

“Descobrimos que, em média, os animais podem deslocar-se para os Pólos ao ritmo de 40 quilómetros por década”, disse William Cheung, da Universidade de East Anglia, em Norwich, Reino Unido.

O caso do bacalhau do Atlântico foi utilizado como exemplo. “A distribuição do bacalhau do Atlântico na costa Este dos Estados Unidos pode alterar-se em direcção à costa canadiana em mais de 30 quilómetros por década, resultando numa redução de 50 por cento em algumas populações de bacalhau na área até 2050”, disse Cheung. Algumas populações de arenque no Atlântico podem registar diminuições superiores a 20 por cento.

Invasão dos Pólos

Para todos os três cenários climáticos – concentração de dióxido de carbono na atmosfera em 720 partes por milhão (ppm); 550 ppm e continuação da situação em 2000 – estão previstas a invasão de espécies e extinções locais.

As zonas que serão palco de mais invasões de espécies em busca de melhores condições de vida serão os oceanos Árctico e Austral. No entanto, este movimento expansionista em direcção aos Pólos estará limitado pela disponibilidade de habitats adequados, alertam os cientistas.

Mas se há espécies que vão migrar, há outras que, simplesmente, vão desaparecer devido à perda de habitat. As extinções locais deverão ser mais comuns nos trópicos – quando a temperatura das suas águas aumentar e as estas espécies partirem para zonas mais frias -, nos oceanos Austral e Árctico – cujas espécies especializadas, já adaptadas a baixas temperaturas, não terão para onde fugir num cenário mais quente -, Atlântico Norte, na costa Nordeste do Pacífico e nos mares Mediterrâneo, Vermelho e Golfo Pérsico.

Por pior que este cenário possa parecer, a verdade é que os recursos pesqueiros têm ainda outras ameaças com que se preocupar, como a sobre-exploração pesqueira e a poluição. As alterações climáticas funcionam como um amplificador da dimensão do problema da biodiversidade marinha. Por isso, a equipa de Cheung salienta a “urgência em minimizar as emissões de gases com efeito de estufa (...) e em desenvolver estratégias de conservação marinha”. Além disso, a comunidade internacional precisa de agir “para recuperar a capacidade dos organismos e ecossistemas de se adaptarem às alterações do ambiente”.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1365127

Ártico desaparece dentro de duas décadas

Ártico desaparece dentro de duas décadas



O Ártico tal como é conhecido hoje vai deixar de existir dentro de duas décadas, devido ao aquecimento global que pode fazer aumentar a temperatura na região até 7ºC até meados deste século, segundo especialistas citados pela Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal, "o atestado de óbito do Ártico está assinado", observando-se já todos os anos uma reacção em cadeia, que de acordo com especialistas em ciência polar reunidos em Chicago, EUA, não deverá tratar-se de "um mero ciclo passageiro".

"Teremos um Verão sem gelo no Ártico em 2030 ou antes disso", calculou um especialista da Universidade de Colorado, que falava no âmbito da 175ª Reunião Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

O especialista referiu que "com menos gelo, a preocupação com uma certa ocupação da região ártica também deve aumentar", prevendo ainda que "pode aumentar não apenas a navegação em toda a área, como a exploração de petróleo".

"Todo cuidado é importante, porque o Ártico está mais quente em todas as estações do ano, não apenas no Verão. Já temos problema de erosão costeira em algumas zonas. Sem gelo, o vento movimenta mais a água", disse o cientista.

Para o especialista, acrescenta a Folha de S. Paulo, a mudança de comportamento registada em todo o Ártico é "tão crítica, que o ciclo de carbono também pode ser drasticamente alterado", pois com o calor, a tendência é para que toda a matéria orgânica congelada no solo do Ártico liberte carbono para a atmosfera, acrescentou outro cientista.



Ártico desaparece dentro de duas décadas - Expresso online

Etiquetas: , ,

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Polje de Minde uma das paisagens mais impressionantes do Ribatejo


Polje de Minde uma das paisagens mais impressionantes do Ribatejo

Polje!? o que é isso dirão muitos... Pois em Minde junto à serra de Aire e Candeeiros temos um, e o que é?

No Verão e em anos secos, não se dá pela expectacularidade deste tipo de habitat caracteristico de vales em solos calcários, que está normalmente seco, mas em anos como este de 2009, em que a precipitação começa a ser abundante, forma-se uma lagoa de dimensão variável, que cobre uma área incrivelmente grande e que depois de parar de chover rapidamente vai secando, mas vejam por exemplo este blog que vos apresento de seguida e procurem mais curiosidades na internet sobre esta paisagem peculiar e de extrema beleza... efémera...

Amigos da Pagaia - Minde

Caso Freeport



Caso Freeport



Uma vergonha para o nosso País... de tal modo grande que nem me apetece adiantar muito sobre o assunto, tanto se tem falado do assunto, e tão pouco vai ser feito, à semelhança de outros casos igualmente graves, ... o dinheiro manda... e nunca se sabe onde pára... ou sabe...

Vejam este blog que vale sempre a pena visitar, onde tem uns belos comentários sobre o assunto: ESTRAGO DA NAÇÃO



A confusão, a ver se pega...
Já tinha alertado para a previsível tentativa de lançar operações de contra-informação e tentativas de entropia em torno do processo Freeport. Hoje, no Diário de Notícias (vd. aqui), é revelado que em Novembro de 2003 a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), terá defendido que o Freeport de Alcochete «não estava sujeito a avaliação de impacte ambiental, mas que por vontade, quer do Ministério do Ambiente quer da Câmara de Alcochete, optou-se por avançar com este procedimento em nome da transparência e do enquadramento da pretensão face à sensibilidade do local». Areia para os olhos ou então grosseira incompetência.

Primeiro, estranho que haja um ofício de Novembro de 2003 (mais de um ano e meio depois da declaração de impacte ambiental) a fazer referências à (des)necessidade de estudo de impacte ambiental ao Freeport. Por que carga de água a CCDRLVT faz essa defesa?

Segundo, esse documento da CCDRLVT parece querer dizer mais ou menos isto: eh pá, isto nem era preciso, mas o Ministério do Ambiente está tão preocupado com o ambiente que obrigámos os promotores a fazer uma coisa que nem era preciso. Ora, isto é uma parvoíce autêntica.

Na verdade, basta ler o Decreto-Lei 69/90 de 3 de Maio para ver que não existem quaisquer dúvidas para a obrigatoriedade de estudo de impacte ambiental para um outlet daquela natureza, tanto mais que aquela zona nem sequer estava abrangida por PDM efectivo. Com efeito, na página 1799 do Diário da República, daquele dia 3 de Maio, que apresenta a lista de infra-estruturas que têm de ser sujeitas a estudo de impacte ambiental, observa-se bem que as unidades comerciais de dimensão relevante (ucdr) com área superior a 0,5 hectares, se for em zonas sensíveis (áreas protegidas nacionais ou Rede Natura, incluindo ZPEs) ou superior a 1,5 hectares se fora dessas zonas têm de ser sujeitas a estudo de impacte ambiental. Ora, apenas a parte do outlet, excluindo zonas de apoio, tem uma área de 12,7 hectares.

Além disso, na mesma listagem do Decreto-Lei refere-se também que se torna obrigatório estudo de impacte ambiental para parques de estacionamento com mais de 1 hectare em zonas sensíveis e mais de 2 hectares fora dessas zonas. Ora, mesmo tendo havido uma redução da área de estacionamento entre o projecto reprovado e o aprovado, o Freeport ficou com uma zona de estacionamento à superfície (integralmente dentro da ZPE) de 4,5 hectares. Concluindo: se projectos há que têm de ter estudo de impacte ambiental, este era um daqueles em que jamais podem existir dúvidas.

Portanto, façam-nos um favor: não nos atirem areia para os olhos. E talvez fosse conveniente que a comunicação social tivesse um olhar mais crítico perante alguns documentos que lhes fazem passar. Não digo que recusem divulgar essa informação, mas talvez tivesse sido conveniente que o jornalista fosse ao Decreto-Lei e visse - e transmitisse - aquilo que aqui se expõe - isto é, a legislação.

ESTRAGO DA NAÇÃO2