A VERDADE POLITICA...Brasil quer reduzir a desflorestação na Amazónia em 70 por cento até 201802.12.2008
AFP
O Governo brasileiro anunciou ontem um plano nacional sobre as alterações climáticas no qual fixa como objectivo a redução de 70 por cento na desflorestação da Amazónia até 2018.
O plano foi anunciado ontem numa cerimónia onde participou o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e será apresentado pelo ministro do Ambiente, Carlos Minc, na conferência da ONU sobre alterações climáticas que abriu ontem em Poznan, na Polónia. Esta é a primeira vez que as autoridades brasileiras aceitam fixar objectivos precisos de redução da desflorestação.
“Só com a redução da desflorestação na Amazónia, o plano prevê que sejam emitidas menos 4,8 mil milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) até 2018, o que é superior aos esforços anunciados por todos os países ricos”, comentou Minc aos jornalistas.
O Brasil é considerado o quarto maior emissor de gases com efeito de estufa (GEE). A desflorestação representa 75 por cento dessas emissões.
O compromisso assumido pelo Governo brasileiro equivale a reduzir em 70 por cento a desflorestação na Amazónia, com base na média de desflorestação dos anos de 1996 a 2005, ou seja, 19.500 quilómetros quadrados/ano. Mas como a desflorestação actual é de 12.000 quilómetros quadrados, isso equivale a diminuir os abates em 50 por cento.
De 2004 a 2007, o Brasil reduziu em 59 por cento a desflorestação depois de um pico histórico em 2004, de 27 mil quilómetros quadrados.
Minc anunciou que o Brasil pretende, através deste plano, “aumentar o número de doadores do Fundo para a Amazónia”, criado por Lula em Agosto e destinado a receber os donativos de todo o mundo para lutar contra a desflorestação. Em Setembro, a Noruega doou mil milhões de dólares (cerca de 789 milhões de euros) para este fundo.
ONG prudentes
As organizações não governamentais (ONG) de defesa do ambiente felicitaram este compromisso mas consideraram que ainda está longe de responder ao desafio da desflorestação. Consideram que o Governo terá partido de uma média inferior de desflorestação para garantir resultados mais imediatos.
“Mais vale tarde que nunca”, comentou o director dos Amigos da Terra, Roberto Smeraldi. Mas estimou que este plano ainda está “longe de responder à dimensão do desafio” que exige a luta contra a desflorestação.
“É uma proposta tímida que não dá ao Brasil uma posição de líder e espero que isso seja dito em Poznan”, estimou o especialista em ambiente à rádio CBN, Sérgio Abranches.
José Marengo, cientista do Instituto de Investigações Espaciais (INPE) – um instituto que monitoriza os avanços da desflorestação – considera que se a desflorestação se mantiver ao ritmo actual, “a partir de 2040 a vegetação da Amazónia poderá tornar-se numa espécie de savana que deixará de absorver CO2, tornando-se um emissor”.
Fonte:
PUBLICO - AMAZONIAO meu comentário no site do PUBLICO ONLINE: As coisas são mais complicadas do que pensam...Por Marco Arruda - Str
Quando é que percebem que a Terra é um ecossistema muito complexo, e claro que não são só as florestas que são importantes em termos de alterações climáticas e produção de oxigénio, mas florestas como a Amazónia são muito importantes, porque têm uma biodiversidade que ainda hoje não é suficientemente conhecida, existem nesta e noutras florestas interacções entre espécies tão importantes, que o desaparecimento de certos insectos podem levar à extinção de plantas e vice-versa... e em ultima análise o desaparecimento de certas espécies pode afectar-nos de formas que nem imaginamos. "Uma espécie de Efeito borboleta...". Em termos de produção de oxigénio pode não ser mais representativa que os Oceanos, mas,... se alguém falou nos oceanos, por um lado tem razão, mas reduzir o aumento da poluição nos oceanos vai ser um processo muito mais demorado e de dificil aplicação do que a já de si dificil e até quase impossivel tarefa de reduzir a destruição da floresta (tendo em conta que hoje em dia já há acesso a zonas antes inacesiveis devido às estradas construidas para transportar soja e gado, que permitem o acesso de novos "agricultores", madeireiros e pessoas pobres que não têm outra alternativa do que aproveitar todas as formas de ganhar dinheiro num País rico e em desenvolvimento, mas que ainda é considerado de 3º Mundo, devido às enormes desigualdades sociais).
E houve alguém que disse que a floresta amazónica ainda corresponde a 85% da área original... isso deve ser a história da carochinha que contam no Brasil... isso é totalmente mentira... basta ver imagens mais recentes de satélite, para ver a enormidade de floresta que já foi abatida... e é de notar que por satélite não se detecta bem que floresta está degradada...
A VERDADE NO TERRENO..."Desmatamento na Amazônia cresce 775% em um mês"
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou, nesta segunda, 02/06, dados sobre o desmatamento na Amazônia Legal, referentes à abril deste ano. De acordo com o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo real), houve um aumento de 774,48% no desmatamento na região.
Em março de 2008, foram 145 km² de novas áreas desmatadas, já em abril, este número passou para 1.123 km², área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. 70% por cento da degradação (794 km²) estão no estado de Mato Grosso. Em março, o sistema havia registrado 112 km² no estado. Roraima e Rondônia são, respectivamente, os outros dois estados que dividem o podium com Mato Grosso.Os números confirmam a tendência de aumento da devastação registrada desde o fim de 2007, após três anos consecutivos de queda. Os cálculos foram feitos com base em imagens de satélite do Deter, que identifica áreas desmatadas ou com floresta em estágio avançado de degradação acima de 25 hectares. O Inpe não tem como determinar em que mês uma área foi desmatada, apenas o momento em que o corte foi detectado...
Fonte:
Blog ecologia e INPEEtiquetas: A VERDADE NO TERRENO, A VERDADE POLITICA, Amazónia